sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A Influência Templária na Construção das Catedrais Góticas

Por consequência da actividade económica, das muitas doações de bens e da acção bancária, os Cavaleiros do Templo obtiveram grandes recursos financeiros, dos quais, uma boa parte canalizaram para a edificação das Catedrais góticas, cuja arquitectura monumental e transcendente, ainda hoje consegue surpreender quem as visita. Pois, para além de serem construções medievais que resistiram à erosão dos séculos, conseguem ainda hoje surpreender os seus visitantes, por serem verdadeiros santuários da tradição, da ciência e da arte medieval. E, tanto maior será a admiração do visitante destes belos livros de folhas de pedra esculpida, se este tiver em consideração, que estas majestosas construções sagradas, só foram igualadas na sua grandiosidade, magnitude e esplendor, pelos Templos que foram erguidos no antigo Egipto.

Contudo, apesar da grandiosidade e magnificência do estilo gótico, tanto pelo facto deste ter surgido repentinamente na Europa, bem como pela sua expansão ser paralela ao periodo de desenvolvimento da Ordem do Templo, faz com que tenhamos a suspeita de que estes dois acontecimentos não foram um mero e simples acaso da história, mas que entre si se correlacionam. Aliás, muitos estudiosos do tema, admitidem, que o surgimento da arquitectura gótica na Europa, está muito associada à permanência dos Cavaleiros Templários na Terra Santa, uma vez que a sua estadia nessas distantes paragens, permitiu-lhes conhecer e contactar civilizações mais refinadas e cultas e, principalmente, permitiu-lhes o relacionamento com as associações de construtores há muito estabelecidas no Médio-Oriente, que à sombra de Bizâncio, sobreviveram à queda do Império Romano. Na verdade, porque o Médio Oriente não sofreu o efeito corrosivo das evasões bárbaras, e o consequente definhar das instituições Romanas, este passou a ser o verdadeiro reservatório do conhecimento antigo.

Por outro lado, pelo facto de se encontrarem nas bibliotecas de Bizâncio traduções de obras de autores gregos clássicos, concideradas pelo Ocidente há muito perdidas, veio a proporcionar que o saber antigo da Filosofia, da Medicina, da Matemática, da Geometria, da Cartografia, da Literatura, da Arquitetura entre outras ciências, viesse a ser parte do legado cultural do Oriente ao Ocidente. Aliás, o mesmo já tinha sucedido com a própria cultura Árabe, a qual soube adaptar-se muito bem a todos os ramos do saber. A sua própria religião é disso o exemplo, uma vez que como é sabido, foi inspirada no Judaísmo e no Cristianismo. Em particular, no caso da Arquitectura, os Árabes souberam construir edifícios dedicados ao sagrado, na base de uma arquitectura de estilo bizantino (arte do Império Romano do Oriente) e persa, apenas simplificada pela não reprodução de imagens humanas e animal, a fim de evitar a idolatria.

Por conseguinte, o conhecimento secreto da construção de arcos, com abóbadas de pedra reforçada com traves, antes das cruzadas, era somente conhecido pela cultura Árabe e, foi através dos cruzados e, muito particularmente pela Ordem do Templo, que esta chegou à Europa, onde rapidamente foi incorporada na arquitectura sagrada Ocidental, dando assim origem a um novo estilo arquitectónico transcendente, que universalmente veio a ser conhecido por estilo gótico, chegando mesmo a caracterizar uma época histórica, como sendo em termos artísticos, a mais esplendorosas e empolgantes da Europa. Aliás, a influência que a cultura àrabe impregnou neste novo estilo arquitectónico está bem patente na frase atribuida ao último Grão Mestre da Maçonaria Operativa da Inglaterra, o arquiteto Christophen Wren, quando nos diz que “o que hoje chamamos de gótico, deveria antes chamar-se de arquitetura sarracena refinada pelos cristãos”.

Assim, por consequência da obtenção do conhecimento secreto da geometria dos maçons residentes no Médio-Oriente (se não com a contratação dos próprios maçons Orientais, pois que de outra forma se pode justificar a quantidade de mão-de-obra altamente qualificada disponivel para a construção de centenas de Catedrais, todas elas a serem construidas ao mesmo tempo), a Ordem do Templo soube adicionar a este novo estilo uma nova linguagem forma, e uma panóplia de símbolos mágicos e místicos, que mais nos parecem ser um código de uma escrita secreta, iniciática e alquímica, com o intuito de transmitir ao visitante das suas construções dedicadas ao sagrado, que em todos os tempos, o ser humano tem necessidade de encontrar um caminho recto, que o conduz em segurança e em paz, através da floresta de símbolos em que se encontra submerso, e que muitas vezes, no mundo profano, se encontra completamente perdido.

Outro facto não menos relevante e digno de ser tido em conta ao associarmos os Cavaleiros do Templo à construção das grandes Catedrais góticas, foi que por consequência do contacto havido com os cultos dos cristãos Orientais, principalmente com a Igreja copta, os Cavaleiros do Templo vieram a encontrar várias similaridades entre os cultos do Ocidente e os cultos que eram praticados no Oridente. Nomeadamente, o culto dedicado à “Virgem Negra", que de imediato foi por estes Cavaleiros associado como sendo o culto prestado à Santa Maria Madalena. Santa muito considerada pela Igreja Ortodoxa, que a canonizou em 886 e, cujas relíquias repousaram em Constantinopla, a antiga Bizâncio. Cidade que na altura, era considerada o maior centro financeiro, mercantil e cultural de todo o Médio Oriente. No seu apogeu, chegou a ter apróximadamente 35 milhões de habitantes. Durante muitos séculos, foi pelo Ocidente vista como uma segunda Roma, ao mesmo tempo que era um verdadeiro chamariz de Ocidentais, uma vez que no interior das suas muralhas, tinha uma impressionante oferta de reliquias sagradas, num tempo em que a sua posse para além de significar poder e riqueza, significava acima de tudo importância, dado que a posse de relíquias valorizava o burgo, pelo facto destas encherem de espanto os olhos dos crentes e incendiarem a imaginação dos superticiosos.

Assim, por muitos estudiosos é tido como certo, que foram os Cavaleiros Templários os reponsáveis por terem trazido para a Europa o culto a Maria Madalena e, provavelmente, a razão primordial porque a Ordem do Templo dedicou quase todas as suas Catedrais góticas a Maria, ou à outra Maria. Por conseguinte, para os Cavaleiros Templários, o culto a Maria Madalena, ou o culto à “Virgem Negra”, não eram mais do que manifestações ao mundo divino, nas diversas interpretações e culturas.

Em suma, os Cavaleiros Templários como homens práticos que eram, nos contactos que tiveram com as outras culturas, procuraram somente conhecer e reter os segredos do mundo que os rodeava, para melhor estarem preparados para as outras vidas que os esperavam. E, por consequência desta apetência pelo conhecimento, alcançaram segredos mágicos e alquímicos, que lhes deram a vantagem de possuírem o que actualmente denominamos por ciência.

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