sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Construções Templárias dão Origem à Moderna Maçonaria

O contacto que a Ordem do Templo teve com a cultura dos povos árabes, judeus e cristãos ortodoxos Orientais do Império Bizantino, proporcionou aos seus Cavaleiros uma visão do mundo mais alargada e mais consentãnea com a realidade deste, até então, limitada ao cristianismo católico romano, que durante a Idade Média, não admitia qualquer conhecimento que fosse diferente do que preconizavam os doutores da Igreja, e quem arguisse sobre o seu conhecimento, corria sérios riscos de sofrer os suplícios da Santa Inquisição.

Todavia, mesmo o conhecimento do sagrado, pode ter várias interpretações, uma a do Iniciado, que conhece os mistérios, e a outra a do profano, que observa os símbolos sem conhecer o seu significado. Neste princípio, também o conhecimento Templário se julga dividido numa sabedoria exotérica e numa sabedoria esotérica. Porém, este último saber, somente estava reservado a alguns membros da Ordem do Templo e, provávelmente, a uma Ordem Interna, dentro da Ordem Externa, à qual só podiam pertencer membros que fossem escolhidos por um nucleo muito restrito e secreto da primeira, que sob juramento de absoluto sigilo e de obediência, em rituais secretos, obtinham a sua filiação. Aliás, até é muito provável, que alguns membros desta restrita Ordem Interna tivessem sido Iniciados nas escolas de mistério do Oriente, onde por certo, lhes foi revelada a sabedoria secreta do passado, que muito contribuiu, tanto para o saber Templário nas diversas disciplinas do conhecimento, como para a sua vocação de grandes construtores.

Na verdade, nos seus Estados, os Templários foram conhecidos, tanto como disciplinados guerreiros, como por grandes construtores, dado que nos seus Estados promoveram a construção de castelos fortificados, portos, pontes, estradas, celeiros e moinhos, bem como alojamentos para as suas tropas, estábulos e oficinas e até fundaram povoações. Aliás, muitas cidades históricas devem a sua fundação aos Cavaleiros Templários, como Tomar e Castelo Branco. Diversas ruínas situadas no Sul da Europa e na Palestina demonstram ainda hoje, porque razão os Cavaleiros Templários eram conhecidos como grandes engenheiros construtores e porque eram conhecidos por “Fratres Salomonis”.

Como construtores, os Cavaleiros Templários distinguiram-se na edificação das Catedrais góticas, que no seu tempo, proliferaram por toda a Europa. Aliás, quase todas as Catedrais góticas existentes, foram construídas, ou foram iniciadas durante o seu periodo histórico. Pelo que por consequência de terem dirigido os trabalhos de construção nas mais variadas obras públicas, ou simplesmente por terem exercido a função de Mestres com funções de supervisão destas obras, com a inerente competência de instrução dos Aprendizes maçons. Muitos destes Cavaleiros receberam também a Iniciação de Companheiros maçons, tornando-se ao mesmo tempo, tanto Cavaleiros Guerreiros, como Companheiros da Arte Real. Como prova concreta desta dualidade de qualidades, temos o facto de na cidade de Metz, ter havido uma fraternidade de maçons que se reunia na Comendadoria dos Templários.

Por outro lado, sabe-se que pelo facto dos obreiros da Arte Real estarem ao serviço desta Ordem, recebiam como contrapartida, o reconhecimento de serem artesãos de mestres francos, ficando por isso isentos de muitos impostos, ao mesmo tempo que gozavam de imunidades, que lhes permitia viajar e exercer livremente o seu ofício, o que naquela época acontecia ciclicamente, por motivo de guerras, pestes, ou outros flagelos, o que levava à interrupção das construções. Assim, o livre trânsito destes maçons entre os diversos Estados da Europa, permitiu-lhes ganhar o nome de franc-maçons, ou de pedreiros livres, cujas associações, confrarias, ou grémios destes pedreiros acabaram por ser o alicerse da Maçonaria que hoje conhecemos.

Outro aspecto a ter em consideração para analisarmos a influência que os Cavaleiros Templários tiveram na construção das Catedrais góticas, é o facto que depois de se terem relacionado com a cultura Oriental, as Comendadorias dos Templários passarem a ter no seu activo, um “Magister Carpentarius”, que era na acepção das suas funções, um verdadeiro arquitecto, que exercia total autoridade sobre os pedreiros, carpinteiros e argamassadores recenseados como colaboradores da Ordem.

Na verdade, por consequência da acção da “Sanra Inquisição”, após a aparente dissolução da Ordem do Templo, as Confrarias de Pedreiros foram o abrigo seguro para muitos Cavaleiros Templários. Pelo que a ligação da Maçonaria com a Ordem destes Cavaleiros é aceite por muitos investigadores, não apenas na qualidade de iniciadora, mas também como depositária das principais tradições. Pois, há fortíssimos indícios que, da união entre os Templários e as Guildas de Pedreiros Medievais se formou a base do que viria a ser a Maçonaria. Naturalmente, com o passar dos anos, todos os que tinham justos motivos para se ocultarem dos rigores da Igreja juntaram-se aos Maçons (Rosacruzes, Alquimistas, Pitagóricos, Astrólogos, Cabalistas...). Por cosequência, as Confrarias de Pedreiros tinham uma estreita ligação com a Ordem do Templo. Não só porque os seus membros acompanhavam os Cavaleiros Templários nas suas construções, como também porque o seu corpo especializado em construções e fortificações as integrava.

Outro marco da infloência Templária na Maçonaria, é o facto das Catedrais góticas esconderem na sua arquitectura mistérios que estão muito para além do culto cristão, mais consentâneos com os cultos sagrados pagãos, o que nos leva a supor, que os construtores destes belos Templos de pedra talhada, eram Iniciados nos antigos cultos esotéricos e, deste modo, parece que os obreiros da arte real tinham um evidente relacionamento com os Cavaleiros Templários. Aliás esta hipótese é reforçada, pelo facto da pedra considerada como fundamental em toda a construção de uma Catedral gótica, ser um cubo perfeito, na qual, segundo a lenda, os construtores faziam inscrições misteriosas, orações e desenhos cujo significado era somente do seu conhecimento. Ritual, que nos leva a associá-lo à pedra cúbica dos Templários e dos Maçons, a qual para os Templários, quando colocada no interior dum círculo, significava “a Terra nos céus”. Aliás, um simbolo alquímico e herético, que não foi difícil provar na acusação que fora feita contra estes a quando do seu célebre julgamento. Enquanto que a pedra cúbica para o Maçons, significa a obra-prima que o Aprendiz Maçom deve realizar ao longo da sua vida terrena, a perfeição absoluta que este deve aspirar, e a pedra angular do seu templo imaterial, ou seja, do seu Templo Interno. Nas Lojas Maçónicas, ainda podemos encontrar o legado Templário nos diversos simbolos que as ornamentam, como seja a existência da cruz pátea em muitos estandartes e brasões destas, os losangos negros e brancos que derivam da sua bandeira, a orla dentada, a bandeira de guerra marítima com a caveira e duas tíbias cruzadas, bem como diversas tradições Templárias que impregnegam muitos ritos maçónicos, como sejam:

· No Rito Escocês Rectificado – rito nitidamente ligado à "Tradição Templária" e à "Gnose Cristã". Aliás, este Rito é aquele que mais próximo está da Maçonaria Operativa de origem Medieval.
· No Rito Sueco – onde toda a maçonaria nórdica, que segue este ritual, afirma ter a sua descendência nos Templários.
· No Rito de Menfis-Misraim – onde também se reconhece a proveniência Templária do rito.
· No Rito de York (Americano) – onde os seus Altos Graus, culminam no Grau de Grão Cavaleiro Templário.
· No Rito Escocês Antigo e Aceite – onde dos trinta e três graus, existem vários deles dedicados aos Templários.
· No Rito Inglês - ou de Emulation, que retracta a Lenda Templária.

Em suma, tanto nos eus símbolos, lendas, costumes e tradições, a Maçonaria não esqueceu as origens Templárias.

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